NBB: o jogo das estrelas e o veto da Globo, por Wlamir Marques
Como foi prometido, estou aqui escrevendo sobre o evento programado pela LNB nos dias 21/22-03-09. Foi dado o nome de Jogo das Estrelas mas tivemos tambem ali um encontro de técnicos no sábado e o festival de enterradas e de arremessos de 3 no domingo além do referido jogo. Compareci ao encontro dos técnicos no sábado e muitas coisas foram discutidas e muitas sugestões apresentadas. Fui convidado a participar afim de externar a minha opinião sobre a NBB. Sendo assim tive a oportunidade de falar ao final do encontro após ouvir atentamente todos as manifestações e controvérsias, deixando claro que não estava ali para agradar a ninguém e muito menos para dizer amém a tudo e a todos. Disse da minha insatisfação com o nivel técnico da competição entre outras tantas considerações, deixando muito claro que para o basquete brasileiro melhorar seria necessário uma grande revolucão e transformação em todos os nivéis, sejam administrativos, técnicos e táticos . Apresentei os motivos dessas minhas palavras e não houve qualquer voz contrária . Falhamos no trabalho de base e aqueles técnicos presentes reconheceram por unanimidade esse tipo de problema que assola o basquete brasileiro. Ali eram técnicos que trabalham com o produto final e estão recebendo jovens muito despreparados para assumirem grandes responsabilidades, tanto está que, dificilmente apontaremos ao final algum grande destaque revelado nessa competição. No meu modo de ver foi um encontro que deverá repetir-se mais vezes devido a sua importância, logicamente não pela minha presença, mas pelo que foi discutido e debatido. Me preocupa o fato da distância enorme que existe entre o discurso e a prática nesse país, deixando claro essa minha preocupação a todos. Me preocupa também o fato da NBB ainda estar na dependência da chancela da CBB e estar amarrada às exigências da Rede Globo como foi mostrado naquele evento onde a organização deixou a desejar, motivado pela transmissão ao vivo.
Quem esteve presente no ginásio do Maracanãzinho com certeza não deve ter entendido nada do que estava acontecendo até porque nada foi explicado, assim como a longa espera e a mistura de acontecimentos não foram justificados. As enterradas foram interrompidas para dar o inicio dos chutes de 3 e com isso perdeu-se a continuidade e a sequência dos interesses. Não sei se esse problema foi passado na transmissão da TV, mas quem lá compareceu com certeza não estava entendendo nada e muito menos os motivos . No meu modo de ver, o festival foi fraco . Nas enterradas percebemos todas muito óbvias e algumas muito comuns, destacando-se aquelas que porventura saíssem do trivial e mostrassem algo diferente do que nos acostumamos a ver. Achei justa a premiação ao campeão e ao vice. Naquilo tudo que foi mostrado tanto o Toledo (Araraquara) como o Jorginho (Assis) mereceram esse destaque. Esperava-se muito mais de alguns especialistas, mas na hora H falharam e não conseguiram acertar o tempo de bola ou do passe para o arremate final. Em seguida tivemos o “Jogo das Estrelas” que de jogo não teve nada. Nesses eventos o jogo fica mais com características de exibição do que de confronto, com isso as jogadas de efeito aparecem e no final chega-se à conclusão que não poderia ser diferente, tinha que ser daquela forma mesmo. Não dá para destacar esse ou aquele jogador como o melhor ou o pior porque as substituições necessárias e óbvias não nos deram de forma muito clara essa visão. Ninguém individualmente me impressionou tanto que possa ser eleito o MVP como sempre ocorre nesses eventos, a não ser as enterradas e as pontes aéreas com alguns passes fantasiosos e de muito efeito. É importante destacar nessas horas que no basquete de hoje não faltam qualidades aos jogadores brasileiros, a liberdade de ação não libera a mesma adrenalina e o jogo flui, é uma pena que no basquete exista a defesa e é sempre por aí que a maioria se perde.
( Vou continuar , preciso escrever o próximo tópico , é pessoal ).
Muito bem , deixei esse tópico em separado e como disse no anterior é pessoal. Em primeiro lugar é necessário dizer que eu fui convidado pelo Presidente da LNB, o Kouros. Uma pessoas íntegra , ex-presidente do Minas T.C., colocado no lugar certo e no momento certo Agradeço a ele o convite e as suas manifestações de respeito e carinho com relação a mim, esperando que ele tambem tenha sentido o mesmo com o tratamento que eu lhe dediquei. Anteriormente fui convidado também para fazer parte do grupo de jurados para o festival de enterradas, já que nas bolas de 3 isso é dispensável. No sábado a tarde fui procurado pelo Presidente Kouros, que, de forma muito cavalheiresca, me comunicou da minha impossibilidade de participação nesse evento ao ser impedido pela Rede Globo, segundo palavras a ele dirigidas pelo diretor de esportes da emissora. Ele foi muito polido ao me comunicar tal decisão com receios de me magoar ou que eu pudesse ter qualquer reação de desagrado. Confesso que nada me estranha, acho que cada um cuida de si e faz o que quiser da sua vida. O diretor da emissora tem lá os seus motivos para tomar essa atitude. A primeira expressão que veio à minha cabeça foi de veto ao meu nome ou à minha figura, porque ao aparecer poderiam estar me associando à Espn Brasil. O Kouros acha que não foi um veto, foi apenas um pedido, mas que outra palavra eu poderia utilizar? É claro que o Kouros teria que aceitar o pedido da Globo, afinal eram eles que mandavam naquele evento. Aí eu pergunto: é um veto ou não? Falo com sinceridade, isso não mexeu comigo em nada, nem me preocupei com isso. O Kouros sim estava muito preocupado, mas eu o tranquilizei dizendo que isso pouco importava pra mim e que ele ficasse tranquilo. Meus amigos, fiquei surpreso. Juro que eu não sabia que incomodava tanto à poderosa Globo. Devo ser uma pedra no sapato deles. Até parece que eu sou bi-campeão do mundo vestindo a camiseta da Espn Brasil.
Não tenho mágoas desse fato , estou é muito feliz. Abs.
Wlamir Marques
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